sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Como entrei no mundo da informática

Por isso sempre prezei bons amigos. Tenho poucos amigos, mas os que tenho, posso confiar.
Tinha sido recentemente demitido de uma empresa de bordados. Até então eu só havia trabalho em malharias(a região é um polo têxtil) e esta foi a última. Com mais tempo e uma relação familiar péssima, eu não parava em casa. Como a loja de computadores desse meu amigo era perto e como também tinhamos uma relação de amizade muito antiga e bem sóllida, me sentia na liberdade de ir lá e tirar o tempo dele pra papear. Ele vivia reclamando a telefonista dele, que era incompetente e que tava louco pra mandar ela embora(demitir). Em um desses desabafos ele disse que se continuasse nesse ritmo eu teria um emprego na loja dele. No fim acabava até ajudando, carregando alguma coisa, ou só indo junto pra alguma viagem pra buscar peças.

Outro dia apareço lá, como sempre, e ele vermelho de raiva. Dizia que era hoje o última dia dela que já não dava mais. Não sei o que ela tinha feito, mas acho que foi algo bem ruim, mesmo. A gente meio que ria dentro da salinha, de conserto de PC's, pois ele nunca havia demitido ninguém. Ele tinha a loja a pouco tempo. Era a primeira funcionária. OK. Respirou fundo, lembrou da *agada que ela tinha feito e saiu furioso direto na direção dela, pra dar a notícia. Depois da ação e da sensação de dever cumprido, veio falar comigo, pra começar lá e ajudar ele no atendimento.

Mas nem tudo que reluz é ouro. Disse pra eu ir ajudando ele nos consertos, a fim de aprender, e com o tempo ir pegando o jeito e consertar, também, além de só atender telefone e vender peças e computadores. Peguei bem o negócio. Já tava arrumando legal muitos problemas nos computadores. A experiência ía aumentando e os problemas ficando corriqueiros.

Um dia, lendo um notícia sobre alguns hackers terem conseguido o código fonte do Windows, ele me contou algumas coisas sobre que problemas isso poderia trazer, como, por exemplo, um Sistema Operacional baseado no Windows. Windows 98, mais o menos o ano que tudo isso aconteceu. Então soltei um intelectual "Ué, mas não é só pegar os arquivos ali na pasta do Windows? Tão todos ali.. a pasta System32.. a pasta Arquivos de Programas..".
A reação dele, claro, foi uma gargalhada e uma explicação básica do tipo "claro que não.. existe todo um código que gera aqueles arquivos... o código fonte.".

Então ele inventou de me mostrar que sabia programar e que iria provar que linhas de comandos compiladas se transformariam em um programa. Ele tinha feito um curso de Clipper e me mostrou umas besteirinhas ali na hora. Ele se empolgou e lembrou que havia desenvolvido um programa em Clipper pra gerenciar clientes. Procurou, achou e começamos a usar o sisteminha. Eu passava dias cadastrando clientes.

Aquilo não saiu da minha cabeça, mas eu não podia fazer muita coisa. Eu não tinha computador e meu conhecimento em programação se limitava ao que ele havia me mostrado ali por alguns minutos.

Ele administrava muito mal o negócio e a coisa ficou ruim. Teve que me dispensar pra poder se manter. Tem muita coisa por trás disso tudo mas foge do assunto em questão.

Eu tinha, nas costas, o fincanciamento de um carro. Fiquei com medo de não conseguir pagar e revendi. Tive muitos problemas com a venda, mas dexa pra lá. Com a grana da venda do carro, fui numa loja, concorrente a essa do meu amigo, pra comprar meu primiero computador. Eles tinham preços realmente bons. Papo vem, papo vai, falei que conhecia o dono(que era antigo cliente nosso) e até que no dia que fui buscar o computador, ele estava lá. Conversamos e ele perguntou se eu não poderia ajudar com algumas horas por dia em alguns assuntos que decabelavam ele.

Comecei trabalhando algumas horas por dia só, pra ajudar. O movimento ainda era fraco. Mostrei bom trabalho e o dono resolveu me efetivar, depois de uns 3 meses de trabalho tipo Freelance.

Em algumas visitas à casa do meu primo, soube que ele estava fazendo um curso de webdesigner. Via ele digitando códigos e aquilo gerava um site lindo. "Poxa vida, isso tudo ali só pra fazer um site?".-"Aham"

E o negócio começou a brotar dentro de mim novamente. Aquilo me fascinava. Eu entrava em transe. Comecei a brincar em casa também. Usava o FrontPage. Levava alguns códigos anotados em uns papeizinhos, da casa do meu primo, pra testar em casa. Era algo incrível. Eu digitava alguns códigos e as coisas, incrivelmente, aconteciam.

A partir daí, não tive mais nenhum marco grande, nessa caminhada. O processo evolutivo foi natural. Coloquei internet e as pesquisas por novas soluções foram ocorrendo naturalmente. Aprendendo tudo autodidaticamente.

Humm.. lembrei de mais um fato marcante.
Esse meu primo era(e ainda é) muito fod* em Flash. No fim eu tava fazendo meus sites só em Flash, ensinado por ele. Certo dia falei que queria que o conteúdo pudesse ser mudado de onde eu estivesse. Ele disse "bom, daí só com linguagem de programação e banco de dados.". Perguntei qual linguagem usar. Ele, ingenuamente, disse que havia ASP e PHP e que ASP era mais fácil, pelo que ele havia pesquisado. Caramba aquele nome banco de dados não saiu da minha cabeça. Pesquisei sobre como criar banco de dados. Depois sobre como programar ASP. No mesmo processo de aprendizado do HTML foi o de programação e banco de dados. Pesquisa, perseverança, dedicação, fascinação, noites sem dormir, paixão... e a evolução foi gradativa.

Foi quando meu primo e uns conhecidos decidiram fazer um curso de ASP e PHP e me convidaram a fazer também. Decidi e fui. Não aprendi coisa nova, percebi que eu já sabia bastante coisa, mas com certeza aprendi a aplicar melhor o meu conhecimento e também que PHP não é mais difícil de ASP... hehehe. É a mesma coisa, só que diferente.. hahaha.

Enquanto fazia o curso, recebi a proposta de uma empresa de desenvolvimento de sites da cidade. O dono era cliente da loja onde estava trabalhando e já me conhecia pessoalmente, mas foi por causa do meu primo e um outro conhecido nosso que ele me propôs ir trabalhar com ele. Meu primo já estava lá. Os dois disseram que eu estava me dando bem no curso e que era um bom programador e isso chamou a atenção do cara que estava precisando de alguém.

Proposta irrecusável. Não financeiramente. O valor era bom, mas o fato de fazer algo prazeroso e ainda ser remunerado por aquilo era algo que eu não desperdiçaria. Eu estava há um ano na loja. Saí, com o coração na mão, pois era um lugar excelente de se trabalhar. O melhor que já trabalhei até hoje.

Nesse novo trabalho fiquei também um ano e acabei voltando pra loja de informática. Conheci outro amigo nessa empresa de sites que me ensinou Delphi. Eu chegava em casa e aplicava o aprendizado em VB.Net, que também aprendi com pesquisa e fascinação. Fiquei mais um ano e meio na loja e a crise bateu por lá. Não sei o que houve, mas o fluxo de clientes caiu drastica e dramaticamente. Fui dispesando.

Desde então, nunca mais trabalhei com hardware. Já trabalhei uns 7 meses com Delphi, hoje, mais de um ano, estou trabalhando com PHP e daqui, agora, vou pro meu próprio negócio. Espero que logo.

É isso aí. Dez anos no meio. Outra hora conto como ficávamos madrugadas na frente do 486, desse meu amigo, papeando em IRC's e vendo conteúdo educativo.

Um comentário:

Anônimo disse...

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